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22 de outubro de 2012

BOLO DE MILHO


"O cultivo do milho é uma tradição do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral. 


Esta planta aprecia o calor e a água, por isso é necessário trabalho árduo para a manter saciada. 


No Alentejo, que é a das regiões mais secas em Portugal, senão a mais seca, há algumas áreas de cultivo de milho mas só onde a rega abundante é possível. 

A sementeira é feita nos princípios de Maio, em Junho o milho é sachado para se tirarem as ervas daninhas e é mondado. A monda consiste em tirar dois pés de milho, que estejam juntos, para que aquele que esteja mais forte se possa desenvolver melhor. 

Em Julho começam as regas e há um sistema de regadio que, ainda hoje, é motivo de muitas zangas e até de acidentes graves. Quando o milho cresce, é-lhe cortado o pendão ou bandeira que é um óptimo alimento para o gado.


Nos fins de Setembro, princípios de Outubro, cortam-se as canas do milho que são transportadas para a eira num carro de bois. 

Na eira faz-se a desfolhada. À medida que se desfolha vão-se amontoando as espigas de milho em cestos de verga ou de costelas que, depois de cheios, são despejados no canastro ou espigueiro. 

Os jovens participam entusiasmados nas desfolhadas, sempre na esperança de encontrar o milho-rei ou rainha para poderem dar um beijo ou um abraço à namorada.


O milho-rei é a espiga vermelha (quando a pessoa que desfolha encontra esta espiga, tem que dar um abraço a todas as pessoas presentes). 

A desfolhada ou esfolhada ou descamisada, termina sempre com uma festa, com a merenda ao som das concertinas e de um baile que dura até largas horas da noite."



Assim era... assim foi...
E pensar que em tantas desfolhadas eu participei, com a minha querida avó Rosa que me levava quando eu lá ia passar férias com ela...

E o que eu adorava ir às festas até altas horas da noite onde rapazitos nos piscavam o olho numa tentativa, permitida pelos adultos, de nos roubar um beijinho quando encontravam o milho-rei !

Belas cantilenas populares, vozes cheias de alma pura, mãos maltratadas pelo rigor que o trabalho cruel do campo impõe dia após dia mas que não paravam naquelas noites a desfolhar, a desfolhar, a desfolhar as belas e vaidosas espigas que se iam amontoando à nossa frente até quase nos deixarmos de ver uns aos outros...

"Tia Rosa, venha logo à desfolhada e traga a sua neta..." eu ouvia no lado exterior da casa da Avó !
Eu batia palminhas, contente, contente pois que a noite se advinhava alegre... já nessa altura eu dançava de alegria... na casa da avó com os meus 8 tios e tias... uma casa cheia de gente bonita...

Que belos tempos se foram e não voltam...

Nostalgia neste Outono... mais um apenas que passa por nós e nos prenda com recordações de quem já partiu... o pai, os avós...  :'(

Bom... de lagrimita enxuta deixo-vos agora uma receita que, possivelmente, será do conhecimento de algumas de vós.
A mim, quem me apresentou este belo bolinho foi a minha amiga Ivone na sua casa e eu fiquei fã. 
É um bolo sem farinha que fica douradinho por fora e húmido no seu interior.

Assim sendo, resolvi fazê-lo e colocá-lo aqui neste espaço, pois que não se adequa ao meu Blog do Chocolate.

Espero que gostem ! 




Ingredientes:


  • 3 ovos
  • 1 lata de leite condensado
  • 30 gr. de manteiga
  • 1 colher de sobremesa de fermento, bem cheia
  • 100 gr. de coco ralado
  • 300 gr. de milho cozido de lata
  • manteiga para untar
  • papela vegetal

Preparação:


Ligue o forno a 180º C.

Unte uma forma com manteiga, forre-a com papel vegetal também ele untado com manteiga.

Deite os ovos num liquidificador, junte o leite condensado, a manteiga, o fermento, o coco e o milho cozido escorrido. Ligue e deixe triturar muito bem.

Verta depois para a forma e leve ao forno durante aproximadamente 40 minutos.

Espete um palito para verificar se está totalmente cozido, retire do forno, desenforme, deixe arrefecer e sirva...


Bom apetite !